segunda-feira, 12 de novembro de 2012
quarta-feira, 6 de junho de 2012
ARTISTAS SE UNEM PARA 'COMBATER' PICHAÇÕES
sexta-feira, 25 de maio de 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012
BIENAL DO LIVRO DE MINAS 2012
terça-feira, 13 de março de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
TV ESCOLA, "Pão e Poesia na Escola"
A exemplo do que ocorreu por dois anos consecutivos em 10 escolas na região do Barreiro (BH), a partir de março de 2012, as oficinas de poesia do projeto serão levadas (no mesmo formato) para mais 10 escolas na cidade de Brumadinho (MG).
Sinopse
Em sua 8ª edição, a Semana de Poesia da TV Escola se dedica a falar da poesia em sua essência: os principais gêneros, a linguagem poética, poesia infantil, música e poesia, grandes poetas e os poemas que se tornaram parte do imaginário popular como “a pedra no caminho, Pasárgada, as aves que aqui gorjeiam e não gorjeiam como lá... Além dos grandes protagonistas da Semana, nossos Pequenos Leitores, Futuros Poetas, com os vídeos autorais enviados por escolas de todo o Brasil.A programação da Semana de Poesia ainda conta com reportagens feitas em escolas de todo o país, no quadro TV Escola na Estrada, além de documentários especiais, entrevistas, quiz e o Fique Sabendo, com curiosidades literárias também nos intervalos da programação.
Duração
60 minutos
Série
8ª SEMANA DE POESIA
Faixa de Ensino
FUNDAMENTAL E MÉDIO
Palavras chave deste vídeo
Poesia, Pasárgada
Fonte: http://tvescola.mec.gov.br
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Eduardo Alves da Costa
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
In: COSTA, Eduardo Alves da. No caminho, com Maiakóvski. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985. (Poesia brasileira).